sexta-feira, 22 de junho de 2007

DÚVIDAS E CERTEZAS


Os dirigentes do FC Porto continuam a trabalhar tendo em vista a constituição do plantel para a época que aí vem. Lendo o texto anterior, percebe-se qual a minha opinião acerca de entradas, saídas e permanências no conjunto portista. Analisando alguns dos desenvolvimentos dos últimos dias, concluo que várias decisões que hão-de ser tomadas vão em sentido contrário ao que defendi. Vieirinha (talvez por empréstimo) e Ibson, por exemplo, parecem ter guia de marcha. Jorginho parece ter lugar garantido para continuar. Hélder Barbosa deve continuar a rodar mais uma época.

Nos últimos dias, novos reforços foram anunciados. Olhando as necessidades que apontei e as contratações realizadas, vejo até bastante sintonia. Lino, Kazmierczak e Edgar já estavam garantidos e vêm preencher lugares carenciados, senão de quantidade, pelo menos de qualidade. Para médio-ofensivo, as escolhas recaíram em dois sul-americanos, ambos internacionais sub-20: o brasileiro Leandro Lima e o uruguaio Luís Aguiar (por empréstimo). Não os conheço, nunca os vi jogar, mas pelas referências parecem ser bons valores e que podem constituir boas surpresas no campeonato português. Leandro, companheiro de Edgar na canarinha, vem apontado como um dos jovens mais talentosos e promissores do Brasil. Aguiar é dono de uma excelente compleição atlética, reclamada para a equipa por Jesualdo Ferreira, além de ter, alegadamente, um forte pontapé de longa distância.

Os também jovens Fernando e Rabiola foram igualmente recrutados, mas o seu destino será a cedência temporária a outro clube, no sentido de adquirirem o traquejo indispensável para um dia poderem vestir a camisola azul e branca. Por outro lado, é uma certeza que os ex-juniores Castro e Rui Pedro vão efectuar a pré-temporada com o restante plantel, não se sabendo nesta altura qual será o seu futuro.

Dos que defendo deverem sair, nos casos de Mareque, Alan e Bruno Moraes talvez possa ter uma alegria, mas no que respeita a Ricardo Costa e Rentería ainda subsistem muitas interrogações. O futuro dirá.

Com as transferências recentes e analisando o que se vai dizendo por aí, é visível que o plantel portista 2007-08 (para o qual defendo 25 jogadores) começa a ganhar forma, mas vislumbro ainda lacunas. Ora vejamos:

1-Helton, 2-Nuno, 3-Ventura, 4-Bosingwa, 5-Fucile, 6-Cech, 7-Lino, 8-Pepe, 9-Bruno Alves, 10-Pedro Emanuel, 11-João Paulo (excluo Ricardo Costa), 12-Paulo Assunção, 13-Raúl Meireles, 14-Kazmierczak, 15-Lucho González, 16-Jorginho (Bolatti vem?), 17-Leandro Lima, 18-Luís Aguiar, 19-Quaresma, 20-Lisandro, 21-extremo, 22-extremo, 23-Adriano, 24-Postiga (excluo Rentería), 25-Edgar

Como se constacta, quanto a mim faltam dois extremos para que o elenco fique equilibrado e distribuído homogeneamente pelas várias posições. A menos que se procedam a algumas adaptações tipo-Lisandro e aí poderiam ser reforçados outros dois lugares diferentes. Note-se que, na presença destes elementos, o sistema 4-4-2 poderia sempre constituir-se como alternativa ao frequente 4-3-3, face à abundância de médios flexíveis. As combinações possíveis de jogadores para ambos os esquemas são inúmeras e de qualidade idêntica, como convém numa equipa que jogará em várias frentes e pretende ser ganhadora. Exemplos (meio-campo e ataque):

em 4-3-3:
-Assunção, Lucho e Leandro; Quaresma, Adriano e Lisandro.
-Kazmierczak, Meireles e Aguiar; Quaresma, Edgar e Lisandro.

em 4-4-2 losango:
-Assunção, Lucho, Kazmierczak e Leandro; Quaresma e Lisandro.
-Kazmierczak, Lucho, Meireles e Aguiar; Quaresma e Postiga.

Enfim, apenas quatro exemplos de uma infinidade de possibilidades, num equilíbrio e diversidade de opções que, sinceramente, não vejo no meu clube desde 2003-04. Agora é uma questão de os reforços fazerem justiça a essa denominação, o que pode ou não acontecer, dependendo das contingências do próprio futebol. E para todos os efeitos faltam os tais dois extremos (um pelo menos), não esquecer!

sexta-feira, 15 de junho de 2007

O 'MEU' FC PORTO 2007-08


Todos nós, adeptos de futebol, temos um treinador dentro de nós, um manager, um presidente, um director do futebol. E é precisamente nesta altura, o chamado defeso, que essa apetência se manifesta em todo o seu esplendor. Diariamente somos bombardeados com notícias sucessivas sobre este ou aquele jogador, possíveis entradas ou saídas, negócios com determinado clube, enfim, algo habitual ano após ano. Os plantéis estão a ser pensados pelos dirigentes de todos os clubes e esta é sempre uma fase de grande interesse para os aficionados, ávidos de verem grandes jogadores a chegar e a rezarem para que as suas jóias não partam para outras paragens. Como adepto do FC Porto, eu não fujo a essa premissa, portanto hoje sou eu o Manager! Apresento aqui as minhas opiniões sobre o que deveria ser o FC Porto para a época de 2007-08, sabendo desde já que o que acontecerá na realidade será algo bem diferente.

Primeiro, devemos saber como jogará a nossa equipa e, depois, procurar apetrechar o plantel em quantidade e qualidade, por forma a obtermos um naipe de jogadores perfeitamente equilibrado, que promova a concorrência e a competitividade internas. Partindo do pressuposto que Jesualdo Ferreira manterá como sistema primordial o 4-3-3 (o que não o impedirá de ter o 4-4-2 como alternativo), defendo um plantel de 25 unidades, com dois jogadores para cada posição, excepto as de guarda-redes, médio-defensivo e ponta-de-lança, que deverão contar com três elementos.

Desde Janeiro que ficou claro que o FC Porto era (e continua a ser) detentor de alguns jogadores apetecíveis para os grandes emblemas europeus, com especial incidência em quatro nomes: Pepe, Quaresma, Anderson e Lucho González. Ora, sempre achei que, deste lote, aquele que não poderia sair de forma alguma seria Anderson. A SAD portista não foi, como é sabido, da mesma opinião e transferiu recentemente o prodígio brasileiro para o Manchester United. Valor da transacção: 31 milhões de euros, ao que parece, apenas cabendo aos 'dragões' cerca de 25 milhões, relativos à propriedade de 80% do passe do jogador. Além de desfalcar a equipa de forma irreparável, a quantia paga pelos ingleses parece-me claramente insuficiente, se pensarmos no infinito potencial de Anderson e na possibilidade de uma grande valorização futura. Os dirigentes azuis e brancos tiveram pressa em ter dinheiro em caixa que pudesse fazer face ao prejuízo apresentado no exercício da temporada que findou, mas cometeram, na minha opinião, um erro de cálculo e oxalá o futuro me possa desmentir. Sim, eu sei que era inevitável a venda de uma das jóias, mas porquê escolher o que deveria estar no último lugar da lista? Autêntico tiro no pé!

Pepe poderia significar um encaixe pouco inferior e, na eventualidade de ser necessária apenas uma venda, por que razão não negociar antes um jogador que já deu mostras de querer sair? Ou será que ainda vamos ter mais saídas importantes? A mim não me causará grande tristeza ver Pepe sair para o estrangeiro, não quero ver de dragão ao peito jogadores que passam a vida a dizer que querem experimentar outros campeonatos e clubes maiores. Não critico a ambição de um futebolista, eu próprio no lugar deles também gostaria de subir sempre mais, mas há formas e formas de ser ambicioso. O central mostra diariamente vontade de ir embora, não tem respeitado o clube. Pode ir à vidinha dele! Desde que paguem entre 20 e 25 milhões de euros, não me parece mal pensado pô-lo a mexer!

Outro dos mais falados é Quaresma. Até se tem dito que já está negociado, algo em que nunca acreditei. Foi, para mim, o MVP das últimas duas ligas e até admitia a sua saída por um valor a rondar os 25 milhões (embora quando vejo Hargreaves, por exemplo, a ser negociado por igual valor, não posso deixar de acreditar que o 'cigano' deveria valer bem mais...). No entanto, com a saída de Anderson, julgo que é proibido provocar um desfalque na equipa de idêntico calibre e transferir também Quaresma. O 'Harry Potter' do Dragão deve ser mantido a todo o custo.

Das quatro pérolas, sobra Lucho. O argentino esteve bastante apagado em 2006-07, mas já demonstrou ser um médio de categoria internacional e é óbvio que pretendo que continue no clube, algo que deverá acontecer, mesmo sabendo-se da cobiça de vários clubes europeus. Caso surjam situações inesperadas, o valor de transferência deverá sempre ser acima dos 17 milhões.

Escusado será dizer que qualquer baixa neste núcleo (Anderson foi a primeira) deverá ser colmatada com um jogador de craveira internacional, embora reconheça que encontrar um jogador sequer idêntico ao jovem canarinho seja uma tarefa pouco menos que impossível.

A seguir a este núcleo duro, surgem jogadores também referenciados pelos colossos do Velho Continente e dados como possíveis transferíveis, casos de Bosingwa, Bruno Alves, Helton, Paulo Assunção e Postiga. Espero que estes cinco elementos se possam manter no clube, pelo rendimento que podem aportar ao conjunto na próxima época. Os quatro primeiros nem sequer devem merecer discussão quanto ao desejo de os ver continuar. Só em presença de propostas verdadeiramente irrecusáveis é que os dirigentes portistas deverão ponderar uma venda, por exemplo, 15 milhões por Bosingwa, Bruno Alves ou Helton e 10 milhões por Assunção. Quanto ao avançado Postiga, continuo a apreciar as suas qualidades e a pensar que pode vir a ser importante no futuro da equipa, embora reconheça que na segunda metade da época que terminou teve um desempenho claramente insuficiente e que, por isso, não está nas boas graças da maioria dos adeptos. Pela minha parte, manteria os cinco de azul e branco.

Continuando a dissecar atentamente o plantel, diria que ainda há obviamente jogadores que pretendo que permaneçam, outros nem tanto. Assim, do meu ponto de vista, Fucile, João Paulo, Pedro Emanuel, Cech, Raúl Meireles, Ibson, Vieirinha (merece mais oportunidades para jogar, pois talento não lhe falta), Lisandro e Adriano devem manter-se no FC Porto, ao passo que Ricardo Costa, Mareque, Jorginho, Alan, Bruno Moraes e Rentería devem ser cedidos a outros clubes, por empréstimo ou definitivamente, se houver possibilidade para tal.

Existe também a questão dos guarda-redes que farão concorrência a Helton. Vítor Baía já anunciou a sua retirada dos relvados, passando para o departamento das Relações Externas do clube. Não sei se a decisão partiu exclusivamente da sua vontade, mas parece-me que o melhor guardião luso de todos os tempos teria condições para fazer, pelo menos, mais duas épocas a um nível alto, além de tudo o que de bom o balneário poderia ganhar com a sua presença. Fala-se que Nuno estará de regresso ao clube, situação que não entendo como positiva, face à idade do jogador. Se a ideia era garantir um bom suplente para Helton, então que se mantivesse Baía, que aliás já demonstrara o desejo de continuar a lutar pela titularidade com o internacional brasileiro. Paulo Ribeiro deseja, segundo notícias que têm vindo a público, ser emprestado para ter oportunidade de jogar com regularidade, algo que vejo com bons olhos. Para o posto de terceiro guarda-redes e com a missão de aprender e evoluir com os mais experientes, perfila-se o jovem Ventura, das camadas jovens portistas.

Contabilizando todos os elementos que, a meu ver, devem integrar o plantel e tendo em consideração a saída de Anderson, para que o tal equilíbrio seja um dado adquirido, fazem falta um lateral-esquerdo, um médio-defensivo, dois médios-ofensivos (nº10), um extremo e um ponta-de-lança, sabendo-se logicamente que qualquer possível saída daqueles que julgo deverem continuar, deve ser colmatada com um reforço de posição idêntica e, já agora, de qualidade! A SAD já começou a trabalhar no assunto e já garantiu as contratações de Lino (lateral-esquerdo), Kazmierczak (médio-defensivo) e Edgar (ponta-de-lança). Se as aquisições do polaco do Boavista e do brasileiro do Beira Mar me parecem acertadas e susceptíveis de se tornarem mais-valias para o grupo, já a de Lino (ex-Académica) não me agradou, pelo facto de ser mais um brasileiro, já com 29 anos e que dificilmente trará vantagens financeiras para o clube no futuro. O jovem português Antunes (P.Ferreira) seria certamente uma muito melhor aposta, tanto desportiva como financeiramente. Mas enfim, esta SAD, apesar dos excelentes negócios que já efectuou (compras e vendas), também nos habituou a escolhas que ninguém percebe. Para extremo, a minha aposta seria o jovem e talentoso Hélder Barbosa, mas o seu futuro passará, possivelmente, por um novo empréstimo (com o qual não concordo minimamente), daí que é uma lacuna a ser suprida por uma aquisição. Para a posição de nº10 e uma vez que Jorginho não me agrada, na minha perspectiva serão necessários dois jogadores para o lugar, sendo que um deles terá forçosamente que ser de grande craveira, por forma a preencher o enorme vazio criado pela saída de Anderson. Mesmo com a existência de Adriano, Postiga e Edgar para a posição de ponta-de-lança, um de nível internacional será sempre bem-vindo, sobretudo pensando na Liga dos Campeões. No caso de a venda de Postiga se concretizar, de facto, estará aberta a porta para que essa situação aconteça.

Feito o ponto da situação actual e dadas as minhas opiniões pessoais, compete ao clube encontrar no mercado as melhores soluções, para que Jesualdo Ferreira tenha à sua disposição o melhor plantel possível. A isso obrigam os objectivos a alcançar na próxima época, que passam pela conquista de todos os títulos nacionais e por uma boa campanha na Champions. Arrume-se a casa!