quarta-feira, 25 de junho de 2008

A MINHA ESCOLHA É...


... Carlos Queiroz. Exactamente! Seria esta a minha primeira escolha para suceder a Luíz Felipe Scolari. Dezenas de nomes já foram apontados como possíveis opções, umas mais realistas que outras, é certo. Já ouvi de tudo, alguns nomes chegam a ser hilariantes. Assim de repente: Guus Hiddink, Johan Cruyff, Frank Rijkaard, Louis Van Gaal, Marcelo Lippi, José Pekerman, Vanderlei Luxemburgo, Zico, Mano Menezes, Michael Laudrup, Fernando Santos, Manuel José, Jesualdo Ferreira, Paulo Bento, Jorge Jesus, José Peseiro, Luís Figo, Paulo Sousa, Sven-Goran Eriksson, Avram Grant, etc. Hiddink (talvez financeiramente inalcançável), Rijkaard e Cruyff seriam escolhas fantásticas. Van Gaal, Pekerman e Lippi era naquela... Os restantes nem pensar! O Madaíl que não nos mate do coração!!

PS: Mais tarde, uma abordagem mais completa sobre este assunto.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

RÚSSIA: AO RITMO DO MESTRE HIDDINK


Acabada de se qualificar, pela primeira vez na sua história, para a segunda fase de uma fase final de um Campeonato da Europa, a selecção da Rússia está, por estes dias, nas bocas do mundo e prepara-se para um interessante confronto com a poderosa Holanda. O futebol é, por vezes, irónico e quis o destino que o seleccionador russo, o holandês Guus Hiddink, aparecesse no caminho dos seus compatriotas.

Este feito inédito russo não acontece por acaso. A competência e conhecimento futebolístico de Hiddink são por demais reconhecidos, quer ao nível de clubes, quer no que concerne a selecções. A mestria com que monta as suas equipas, dotando-as de inteligência táctica e fazendo com que o valor colectivo seja superior à soma das individualidades, é a principal razão para o seu currículo invejável e que tende a aumentar.

Para este Euro'2008, Hiddink adoptou um sistema de 4-1-4-1, embora se possa também chamar de 4-1-3-2, conforme a perspectiva e o conceito de cada um (pormenor irrelevante, uma vez que mais importante que o desenho no papel é a dinâmica no relvado). Os princípos de jogo assentam basicamente em: posse de bola, assegurada pela excelente capacidade técnica da maioria dos jogadores; mobilidade colectiva permanente, com destaque para a subida dos laterais e liberdade dada ao 'playmaker' Arshavin para deambular por toda a frente de ataque; transição ofensiva rápida sempre que para tal houver possibilidade, aproveitando o momentâneo adiantamento adversário; correcto jogo de compensações sempre que alguém sobe no terreno e futebol sempre apoiado e em progressão.

O jovem Akinfeev, titular do CSKA Moscovo desde os 17 anos e internacional A desde os 18, é o guarda-redes titular, relegando Malafeev e Gabulov para o banco de suplentes. Bom entre os postes ou fora deles, Akinfeev promete ser uma garantia de segurança na baliza russa durante largos anos.

No sector defensivo, dois laterais extremamente ofensivos, Anyukov (Zenit) à direita e Zhirkov (CSKA) à esquerda, ambos com elevada resistência para percorrer todo o respectivo flanco à medida das necessidades. No centro, o experiente Ignashevich (CSKA) e o surpreendente Kolodin (Dínamo) formam uma dupla de respeito. Este quarteto tem dado boa conta de si, de tal forma que os conhecidos gémeos Berezutski perderam a condição de titulares. Yanbayev (Lokomotiv) e Shirokov (Zenit) poucas hipóteses têm de jogar.

No meio-campo, Semak (Rubin Kazan) joga à frente da defesa, garantindo rigor posicional, capacidade de luta e simplicidade na primeira fase de construção. Sobe pouco no terreno mas dá um equilíbrio defensivo deveras importante. À frente do pivot-defensivo, aparecem 3 homens mais ou menos em linha, com ordem para atacar, mas também para defender: Zyrianov (CSKA) à direita, Semshov (Dínamo) ao centro e Bilyaletdinov (Lokomotiv) à esquerda. Este trio, escusado será dizer, é forte tecnicamente, inteligente tacticamente e disponível fisicamente. Arshavin (Zenit) actua um pouco mais à frente, ali entre a zona 10 e a de segundo ponta-de-lança, com liberdade para vaguear pelas zonas do terreno onde houver jogo, quer seja ao centro, quer seja nas faixas laterais. Como opções credíveis há Bystrov (Spartak), Torbinsky (Lokomotiv) e Saenko (Nuremberga), este o único dos 23 seleccionados a jogar fora da Rússia.

Na frente, aparece Pavlyuchenko (Spartak) que, apesar de ser bastante alto, tem bons pés e não se mantém estático no meio dos centrais contrários, participando com propriedade no processo ofensivo. Tem também uma boa capacidade finalizadora, tendo surgido até rumores de que o Real Madrid estaria interessado nos seus serviços. Pogrebnyak (Zenit), melhor marcador da última edição da Taça UEFA, Sychev (Lokomotiv) e Adamov (FC Moscovo) estão no banco, à espreita de uma oportunidade.


A ESTRELA:

Andrei Arshavin (Zenit)
Médio-ofensivo/Avançado
29-05-1981, São Petersburgo
1,73 m
Titular do Zenit há oito temporadas e internacional A desde 2002, é um jogador de uma capacidade técnica impressionante e visão de jogo ímpar, o que lhe permite ser mortífero no último passe. O facto de ser um óptimo assistente, não o impede de possuir igualmente uma assinalável veia goleadora, que fazem dele um elemento com qualidades ofensivas fora do vulgar. É a verdadeira estrela da companhia.


OUTROS DESTAQUES:

Yuri Zhirkov (CSKA Moscovo)
Lateral-esquerdo
20-08-1983, Tambov
1,78 m
Lateral com uma vocação ofensiva tremenda, pode também actuar como médio e tem um pé esquerdo de fazer inveja a qualquer médio-centro, daí ser conhecido como o 'Ronaldinho Russo'. Percorre a faixa esquerda durante o jogo todo e a uma velocidade estonteante, constituíndo uma das principais fontes de alimentação do ataque russo. É imprescindível tanto na selecção como no seu clube e não é exagero afirmar que é um dos melhores laterais-esquerdos do futebol mundial.

Diniyar Bilyaletdinov (Lokomotiv Moscovo)
Médio
27-02-1985, Moscovo
1,86 m
Médio de excelente qualidade técnica, joga preferencialmente descaído sobre a esquerda, embora possa jogar em zonas mais centrais. Não obstante a sua elevada estatura, faz do drible uma das suas principais armas. Um dos mais talentosos jogadores surgidos na Rússia nos últimos anos. É já, aos 23 anos, uma autêntica certeza, não espantando que tenha sido dos mais utilizados na fase de qualificação.

Sergei Ignashevich (CSKA Moscovo)
Defesa-central
14-07-1979, Moscovo
1,86 m
É um central maduro e já com larga experiência internacional, que o Sporting conhece bem, pois era o capitão da equipa que venceu a Taça UEFA em pleno Estádio de Alvalade, em 2005. Agressivo e com bom sentido posicional, é o patrão da defesa russa e uma das vozes de comando do conjunto.

terça-feira, 17 de junho de 2008

PROVA DE FOGO


Aí está a primeira verdadeira prova de fogo da Selecção Nacional neste Euro'2008. A Alemanha é o adversário nos quartos-de-final e é aqui que se verá se os pupilos de Scolari têm ou não estofo para lutar pelo título europeu. Até agora os oponentes foram valorosos mas não o suficiente para colocar em sentido os jogadores portugueses. Desta vez, surge no caminho uma das maiores potências do futebol mundial, uma das selecções mais tituladas de sempre. Acresce a circunstância de o jogo ser a eliminar, o que aumenta consideravelmente o grau de pressão.

Não obstante a diferença de historial entre Portugal e Alemanha, com larguíssima supremacia dos germânicos, é hora de pensar no presente. E o presente diz-nos que Portugal é superior a nível individual. Resta saber se colectivamente essa vantagem de qualidade se fará sentir. Para tal, ajudará bastante que Luíz Felipe Scolari não se encolha e não comece a inventar problemas, pensando que está a arranjar soluções. Que quero dizer com isto?

Portugal actua normalmente em 4-3-3 e a Alemanha em 4-4-2 clássico. Não havendo razões para acreditar em mudanças, à partida, não se verificará um encaixe táctico, daí que a sagacidade dos treinadores possa assumir um papel fundamental. A distância entre Portugal realizar um bom jogo e passar por dificuldades, poderá estar numa simples opção central de Scolari: João Moutinho ou Fernando Meira? Se optar pelo médio do Sporting estará a dar uma prova de personalidade, mantendo o estilo de jogo e a identidade da própria equipa que comanda. Se, pelo contrário, escolher Meira, mostrará receio, alterando os princípios básicos da equipa, para se adaptar à turma alemã.

Oxalá esteja enganado, mas estou com a sensação que o brasileiro talvez escale um meio-campo composto por Meira, Petit e Deco. Se assim for, erro do tamanho do mundo. Scolari desvirtuaria a nossa equipa, para se moldar aos alemães, não estando disposto a correr quaisquer riscos, pelo menos na sua cabeça. Pois para mim, este é o grande risco de ficarmos pelo caminho. Uma opção destas significaria debilitar o meio-campo, perdendo capacidade de posse e de passe, seria uma escolha deliberada em actuar com o bloco mais baixo, deixando os homens da frente menos apoiados, forçando-os a acções individuais e potencialmente mais inconsequentes. Tudo para não ter de jogar lá atrás em igualdade numérica, com Pepe e Carvalho para Klose e Podolski. Neste caso, Meira encostar-se-ía mais aos centrais, ficando um a sobrar. O meio-campo ficaria entregue a Petit e Deco que teriam pela frente Frings e Ballack. As equipas ficariam então mais encaixadas, ganhando relevo os duelos individuais, as parelhas formadas nas diversas posições pelos jogadores de ambas as equipas.

Mantendo Moutinho como titular (mesmo podendo trocar simplesmente Petit por Meira, algo que até compreenderia), assumindo o risco de jogar em igualdade numérica no sector defensivo, a selecção poderia gozar de superioridade numérica no miolo, com Moutinho e Deco a assegurar supremacia nas trocas de bola e mantendo os homens da frente bem mais suportados. A ligação entre sectores seria, desta forma, bem maior. Não existindo o tal encaixe táctico, existiria a primazia das dinâmicas colectivas sobre os duelos individuais. Confiando na qualidade dos centrais lusos para jogar 2 para 2, o elemento a mais no centro do terreno poderia ser a chave do jogo, pois constituíria uma forma de Portugal poder actuar em posse, controlar o jogo, manter a bola no meio-campo adversário e jogar mais perto da baliza contrária. Claro que isto exigiria muita atenção na transição defensiva, uma vez que seria de prever que a Alemanha se 'especializasse' no contra-ataque.

Ou seja, torço veementemente para que Scolari não se acovarde, confie na qualidade dos jogadores que tem à disposição e mostre, sem reservas, que quer ser campeão europeu. O meio-campo só tem de ser Petit (ou Meira), Moutinho e Deco. Sem invenções. Neste caso, à superioridade numérica alemã na defesa, responderia Portugal com superioridade numérica no meio-campo, numa opção arrojada mas racional. O jogo português tem de se basear nos nossos pontos mais fortes. Se somos mais talentosos e melhores tecnicamente, o nosso jogo tem de cultivar a posse de bola e não o confronto físico. Isto não me parece possível com Meira e Petit ao mesmo tempo. Adicionalmente, se Simão (e não Ronaldo) se mantiver atento às subidas de Lahm, se Bosingwa conseguir secar Schweinsteiger, e se Petit cobrir a sua zona de forma correcta, não deixando Ballack lá penetrar, ora para rematar ora para assistir, podemos sonhar com as meias-finais. Portugal tem melhores jogadores e tem tudo para vencer a Alemanha. Veremos o que Scolari pensa disso...

Equipa provável da Alemanha (4-4-2 clássico): Lehmann; Friedrich, Mertesacker, Metzelder, Lahm; Fritz, Frings, Ballack, Schweinsteiger; Klose, Podolski.
Equipa de Portugal para ganhar à Alemanha (4-3-3): Ricardo; Bosingwa, Pepe, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira; Petit, João Moutinho, Deco; Simão, Nuno Gomes, Cristiano Ronaldo.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

NOVA VITÓRIA


Portugal voltou a ganhar. A vítima, desta vez, foi a República Checa, que saiu derrotada por 3 - 1. A Selecção Nacional nem fez um jogo muito conseguido e só na segunda parte produziu futebol de alguma qualidade. Durante o primeiro tempo, os portugueses sentiram sempre enormes dificuldades em pegar no jogo e praticar o tipo de futebol em que se sentem mais à vontade: jogo apoiado, de pé para pé, posse de bola à espera de um qualquer rasgo para a baliza. De facto, os checos mostraram-se bastante organizados defensivamente e sempre incómodos a partir para o ataque, com particular destaque para Sionko e Baros.

Coube a Deco, o melhor jogador em campo (embora a UEFA tenha elegido Cristiano Ronaldo), abrir o activo, na sequência de uma envolvente jogada colectiva. Sionko fez o empate, de cabeça, pouco depois, no seguimento de um canto. Este lance colocou a nú as fragilidades defensivas lusas nos lances de bola parada, algo que urge melhorar. Portugal continuou a dominar a partida, mas na verdade o futebol apresentado deixou bastante a desejar até ao intervalo. Ronaldo revelou-se quase sempre demasiado individualista, apesar de ter proporcionado uma grande defesa a Cech, com um espectacular remate do meio da rua. Deco mostrava que era o patrão do meio-campo, mas perdia algumas bolas desnecessariamente. Moutinho não esteve tão activo como frente à Turquia. Bosingwa não conseguiu ser o lateral ofensivo que se conhece e ainda inventou um pouco lá atrás. Enfim, no meio de algum cinzentismo, Paulo Ferreira terá sido mesmo o melhor português dos primeiros 45 minutos. Seguro a defender, disponível a atacar, fez o flanco esquerdo com acerto, tendo efectuado dois excelentes cruzamentos.

A segunda metade trouxe uma selecção portuguesa mais forte, mais rápida e sobretudo com vontade de garantir desde logo a passagem aos quartos-de-final. Deco resolveu pegar na batuta e começou a ditar leis no meio-campo com o seu futebol sedutor. Entre alguns lances de pura classe, fez a assistência portentosa para Ronaldo fazer o 2 - 1. Já nos descontos, resolveu apressar a marcação de uma falta, deixando Ronaldo e Quaresma na cara de Cech, para o 3 - 1. Por seu turno, Cristiano voltou a não ser brilhante, fundamentalmente se atendermos às expectativas existentes sobre si. Todavia, ao participar no primeiro golo de forma decisiva, ao marcar o segundo com um excelente remate e dando o terceiro numa bandeja a Quaresma, foi novamente um elemento decisivo. Não empolga, mas tem dito presente quando a equipa precisa.

A República Checa ainda tentou subir no terreno, tendo até causado alguns calafrios ao último reduto nacional. Koller foi lançado, numa clara tentativa de Karel Bruckner reforçar o jogo aéreo e presença na área. Sionko teve na cabeça o golo do empate, mas Ricardo defendeu para canto, redimindo-se de algumas intervenções 'aos papéis'. Pepe e Ricardo Carvalho voltaram a exibir-se em bom plano, embora os checos tenham conseguido penetrar na defensiva lusa uma ou outra vez.

A vitória foi difícil mas claramente merecida. Portugal foi a selecção que mais fez pelos três pontos. Ganhou mais uma vez pela diferença de dois golos, o que não deixa dúvidas sobre a justiça dos dois triunfos já conseguidos. Seis pontos somados e a qualificação para os 'quartos' garantida, com direito a primeiro lugar do grupo A, dado que a Turquia derrotou a Suíça. Portugal segue o seu trajecto sem vacilar. Veremos o que se vai seguir.

Duas notas finais: a primeira para Scolari, anunciado como futuro treinador do Chelsea, numa saída esperada mas com destino para mim surpreendente; a segunda para a narração patética e irritante de Valdemar Duarte na TVI, que me faz sentir imensas saudades da RTP e de Paulo Catarro.

domingo, 8 de junho de 2008

ESTREIA PROMETEDORA


Finalmente aí está o Campeonato da Europa de Futebol. Para quem adora futebol, a altura destas grandes competições internacionais são, de facto, o auge dessa paixão. Portugal, à procura da glória que lhe tem escapado por muito pouco, teve uma estreia auspiciosa, derrotando a Turquia, em Genebra, por 2 - 0. E pode dizer-se que o resultado foi escasso para aquilo que os 'Viriatos' produziram nos noventa minutos.

Portugal fez uma óptima exibição, perante a selecção do grupo tida, à partida, como a mais difícil de bater. De facto, a exibição colectiva lusa foi até algo surpreendente, se tivermos em conta a fase de apuramento sofrível e as dúvidas que existiram nos últimos tempos em redor da equipa. Domínio absoluto do jogo, futebol bonito e envolvente, procura constante do golo, poucas ou nenhumas veleidades concedidas ao ataque turco, alguns magníficos desempenhos individuais. Tudo somado resultou numa vitória incontestável, que convenceu não só os portugueses, como a generalidade da imprensa europeia. Todos os jogadores estiveram em bom plano, com particular destaque para três homens: João Moutinho, Pepe e Deco. Os golos apenas surgiram no segundo tempo, embora pudessem ter acontecido mais cedo, caso a pontaria não estivesse particularmente direccionada para os postes.

Scolari apresentou o habitual sistema 4-3-3, sem qualquer surpresa no onze inicial. Acabou por acertar em todas essas opções, já que todos cumpriram o seu papel de forma adequada. Apenas um reparo: a substituição de Nuno Gomes por Nani e a passagem de Ronaldo para avançado-centro, após o tento inaugural, não me pareceu uma boa solução. A partir daí Portugal recuou em demasia sem necessidade e teve menos bola, expondo-se mais a um lance fortuito que pudesse resultar no empate, quando poderia ter perfeitamente mantido a mesma toada. Mesmo que optasse por um normal abrandamento, poderia tê-lo feito mais longe da nossa baliza, até porque os turcos nunca constituíram uma verdadeira ameaça para as redes de Ricardo. No entanto, a lei do mais forte imperou e Portugal deu uma demonstração de que é mesmo um dos principais favoritos a ser campeão da Europa. Em termos individuais somos fortíssimos. E a jogar assim, como um bloco homogéneo e entrosado, somos mesmo, na minha opinião, o candidato número 1.

Agora, um a um, a nota dos jogadores portugueses no jogo de ontem (0 a 10) e uma breve análise individual:

Ricardo
(6): Jogo de pouco trabalho, que se resumiu a algumas saídas a cruzamentos fáceis e recolhas de alguns atrasos dos seus companheiros.

Bosingwa
(6): Pleno de força e velocidade, foi intratável na defesa e apoiou o ataque de forma quase constante. Uma ou outra perda de bola, um ou outro passe falhado, não mancharam uma exibição de bom nível.

Pepe
(8): Magnífica exibição do central 'merengue', coroada com um belo golo, surgido de uma das suas habituais subidas no terreno. Marcou ainda outro golo, anulado por fora-de-jogo e, na defesa, esteve sempre intransponível.

Ricardo Carvalho
(7): A costumeira classe e serenidade, garantia de solidez e qualidade no centro da defesa. A experiência acumulada fazem dele um central calmo mas soberbo. Forma com Pepe a melhor dupla de centrais do torneio. Há dúvidas?

Paulo Ferreira
(6): Muito bem a fechar o flanco esquerdo e a dobrar as subidas dos centrais, teve tempo para apoiar o ataque de forma pausada mas eficaz. Não é um jogador exuberante, mas sabe exactamente o que tem de fazer no relvado.

Petit
(6): Bom jogo do trinco benfiquista. Funcionou bem à frente da defesa, quer a ocupar o espaço e a dificultar as trocas de bola turcas, quer a iniciar os ataques portugueses. Jogou simples mas sempre bem. Veloso está bem no banco e vai lá continuar.

João Moutinho
(8): Enorme Moutinho. Do meu ponto de vista, foi o jogador mais valioso do encontro. Sempre em movimento, foi o jogador português que mais correu e isso reflectiu-se positivamente na sua actuação. Apareceu em todo o lado, recuperou bolas, participou com critério no jogo ofensivo, chegou a zonas de finalização e ainda teve tempo para assistir Meireles para o segundo golo. A defender e a atacar, é intenso, tecnicista, inteligente. É o verdadeiro médio do futebol moderno.

Deco
(8): O verdadeiro Deco começa a ressurgir, depois de uma temporada desastrosa no Barcelona. Jogou e fez jogar, foi o cérebro da equipa, o toque de classe, além de ter estado permanentemente em acção. Por vezes, parece jogar de forma displicente e demasiado descontraída (errou 2/3 passes sem necessidade), mas o belo jogo de Portugal deveu-se muito à sua qualidade. Na retina, um fantástico passe de um flanco ao outro, executado de primeira.

Simão
(7): Carrilou muitos lances ofensivos e foi sempre perigoso para o último reduto da Turquia. É um jogador rápido, de equipa, que solta a bola no momento certo e participa no processo ofensivo quase sempre correctamente.

Cristiano Ronaldo
(7): Para um jogador do seu nível, fez um jogo mediano. Concentrou muitos adversários em seu redor e isso retirou-lhe espaço para ensaiar algumas das suas jogadas, mas em compensação libertou ou seus colegas e isso foi bem visível ao longo da partida. Ainda assim, enviou uma bola ao poste de livre directo, fez o passe para Moutinho na jogada do segundo golo e esteve sempre bastante interventivo.

Nuno Gomes
(7): Uma bola no poste, outra na trave e uma assitência primorosa para Pepe inaugurar o marcador, foram os lances em que esteve mais em evidência. Belo jogo do capitão português, que foi substituído de forma prematura e incorrecta.

Nani
(5): Entrou rápido e mexido, ensaiando algumas jogadas pelo lado direito. Numa fase de adiantamento turco, pôs sempre a defesa contrária em sentido. Sofreu uma entrada assustadora de Mehmet Aurélio, a pedir o vermelho, mas nem falta foi assinalada.

Raúl Meireles
(6): Acabou com as ténues esperanças da Turquia, ao marcar o segundo golo mesmo ao cair do pano. O toque final foi o mais fácil, mas teve o mérito de ter acompanhado a jogada e dado a linha de passe a Moutinho. Uma opção credível sempre que fôr chamado.

Fernando Meira
(-): Entrou apenas para fazer parte da ficha do jogo e somar mais uma internacionalização.