domingo, 28 de setembro de 2008

ENSAIO PARA LONDRES


O FC Porto voltou à normalidade e venceu o Paços de Ferreira, no Dragão, por 2 - 0. O momento não era o melhor. Depois do empate em Vila do Conde, o FC Porto passou uma semana algo intranquila, sobretudo ao nível dos seus adeptos, que, por estarem habituados a ganhar compulsivamente, tornam-se demasiado exigentes e, por vezes, até irracionais. Não percebem que o FC Porto perdeu três jogadores cruciais em relação à época passada e é uma equipa em fase de remodelação e consolidação de processos colectivos, com vários jogadores novos e muitos deles já titulares, necessitando, portanto, de algum tempo para que atinjam o nível exibicional que Jesualdo Ferreira pretende.

Quando se ganha 3 - 1 ao Fenerbahçe, num jogo da Champions e, mesmo assim, se recebem assobios no próprio estádio, está tudo dito quanto ao elevadíssimo grau de exigência dos adeptos portistas. Por isso, depois do nulo e do desempenho cinzento defronte do Rio Ave, era expectável que as críticas destrutivas subissem de tom e se começasse, por um lado, a pedir a cabeça do treinador e, por outro, a depreciar o valor dos jogadores. O adepto de futebol é, por norma, uma pessoa pouco inteligente, que quer sempre bom futebol e que tende a analisar os jogos isoladamente, sem cuidar de os inserir no contexto vigente. Quando a vitória faz parte do seu quotidiano, essa pouca inteligência transforma-se em irracionalidade pura, que é aquilo de que padece uma grande parte dos adeptos do FC Porto. Querem sempre vitórias e grandes exibições, em casa e fora; o facto de muitos elementos serem jovens e estarem na primeira temporada no clube é para eles irrelevante. Enquanto portista, sou apologista da exigência, mas também da racionalidade, pelo que se deve exigir à equipa aquilo que ela pode dar em cada momento. O FC Porto não se tem exibido em grande nível, nem outra coisa era de esperar, mas tem conseguido bons resultados (a excepção foi a igualdade em Vila do Conde) e esse factor é o mais importante nesta fase.


FC PORTO - P.FERREIRA

Sobre o jogo, foi uma vitória justa, sem grande brilhantismo e com alguns períodos de futebol algo cinzento, que valeu essencialmente pela excelente entrada portista no encontro. Até ao belo golo apontado por Raúl Meireles, o caudal ofensivo azul e branco foi intenso e as jogadas nas imediações da área pacense sucederam-se. O FC Porto teve posteriormente novas oportunidades para dilatar a vantagem, das quais se destaca um falhanço de Lisandro, que continua muito perdulário neste início de época. Neste período de maior fulgor, Meireles foi o melhor elemento, comandando, na falta de Lucho, toda a organização ofensiva caseira, chegando perto da área adversária inúmeras vezes e assegurando a circulação da bola com sabedoria. Igualmente em bom plano estiveram Tomás Costa, Lisandro, Rodríguez e Lino.

A partir de determinada altura o FC Porto desacelerou e o jogo tornou-se monótono, lento e mal jogado. Esta quebra de qualidade prolongou-se pela segunda parte, razão pela qual o Paços conseguiu subir as suas linhas e ser mais incomadativo e pressionante, levando os portistas a falharem alguns passes nas transições e a jogar mais devagar. Helton sofreu então alguns calafrios, embora sem significado de maior. Os assobios fizeram-se ouvir nas bancadas do Dragão.

Sem nunca alterar o 4-3-3, Jesualdo Ferreira mexeu e bem na equipa, operando duas substituições em simultâneo que me pareceram totalmente acertadas. Candeias entrou para o lugar do inerte Farías - andou a dormir no relvado e, mais uma vez, não aproveitou uma oportunidade que lhe foi concedida -, o que fez Lisandro ocupar o centro do ataque. Sapunaru, displicente em alguns lances, justificou a saída, entrando Guarín para o miolo e gerando o recuo de Tomás Costa para lateral-direito. Por mim, nada a dizer, até porque Candeias se mostrou bastante activo (apesar de algumas perdas de bola) e Tomás Costa mostrou que pode ser uma alternativa bastante credível para jogar na lateral direita defensiva. Posiciona-se bem, é seguro em posse de bola e, não sendo muito rápido, tem bons pés e boa leitura, o que lhe pode permitir dar uma profundidade interessante ao flanco.

Mais tarde, a entrada de Hulk para o seu lugar de origem revitalizou a equipa, ao mesmo tempo que preservou Lisandro para o jogo com o Arsenal. O FC Porto partiu então para uma parte final um pouco melhor, com mais algumas oportunidades de golo e controlando mais calmamente os movimentos do Paços. Excelente golo do 'Incrível', a culminar uma magnífica combinação com Meireles.


O DESAFIO LONDRINO

Para o jogo de Londres, estou em crer que o sistema portista será o 4-1-4-1 utilizado na Luz, com Fernando a pivot-defensivo, Tomás Costa a médio-ala direito, Rodríguez no flanco oposto, Lucho e Meireles na faixa central e Lisandro na frente. Dependendo da dinâmica que os jogadores conseguirem imprimir a esta configuração táctica, à partida mais conservadora, parece-me ser uma excelente aposta para conseguir um bom resultado no Emirates Stadium. Como se sabe, o FC Porto controlou grande parte do jogo com o Benfica e o Arsenal joga, tal como os encarnados, em 4-4-2 clássico.

O Arsenal é uma grande equipa, tem jogadores de indubitável qualidade (Fabregas, Walcott, Van Persie, Adebayor...) mas não chegam para assustar, como demonstrou o Hull City no último jogo da Premier League. O segredo passará por conseguir fazer uma pressão efectiva ao portador da bola, que impossibilite de algum modo o futebol curto e de trocas de bola constantes tão característico dos 'gunners'. Se isto não acontecer, o FC Porto pode vir a passar um mau bocado. Deve haver muita atenção aos corredores laterais dos londrinos, sendo uma das principais preocupações não dar espaço de embalo ao supersónico Walcott, que previsivelmente actuará no lado direito (nunca colocaria Lino como lateral-esquerdo). Ao mesmo tempo, Tomás Costa e Rodríguez devem vigiar bem de perto as constantes subidas de Sagna e Clichy. Se tudo for como espero, o FC Porto poderá conseguir ter superioridade numérica no miolo, com Fernando, Meireles e Lucho para Fabregas e Denilson, algo que significará uma crucial vantagem, especialmente se Lucho se conseguir libertar para o espaço vazio entre-linhas concedido pelo Arsenal. Lisandro, se mantiver a capacidade de luta habitual, será importante para fixar os dois centrais em terrenos recuados, não deixando que nenhum suba com a bola dominada e pronto a criar desequilíbrios, fundamentalmente Gallas, que é perito nessas situações.

Isto no papel é tudo muito simples, algo que, por vezes, a prática vem desmentir. O factor de maior importância será, quanto a mim, a dinâmica que o FC Porto conseguir impor e a mentalidade com que entrar no imponente Emirates. Será fundamental, numa primeira fase, contrariar o jogo de posse de bola e constante movimentação dos londrinos, para que, numa fase posterior, se possa começar a pensar em chegar com perigo à baliza de Almunia, algo perfeitamente possível, se Lucho, Meireles, Rodríguez e Lisandro estiverem na plenitude das suas faculdades e mentalizados para vencer. Para que isto se verifique, será vital que o FC Porto se estenda bem no campo e consiga pressionar longe da sua baliza, porque senão pode ser a morte do artista. Colocar um 'autocarro' cá atrás e esperar passivamente pelo Arsenal, deixando-se envolver na sua teia atacante, será como dar um tiro na própria cabeça. Estou convencido que, desta vez, o FC Porto não vai perder no Emirates. Terça-feira se verá.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

PASSES CURTOS (4)


1. O escaldante Benfica-FC Porto terminou empatado a um golo. O resultado aceita-se, embora o FC Porto tenha sido superior em grande parte do tempo e tenha perdido uma boa oportunidade para ganhar na Luz. À priori, não gostei das alterações feitas por Jesualdo Ferreira, sobretudo ao nível do sistema táctico, nem de algum conservadorismo aparente, mas tenho de reconhecer que o jogo veio dar-lhe razão. O 4-1-4-1 utilizado possibilitou aos 'dragões' o controlo do jogo durante a maioria do tempo, domínio em muitos períodos, supremacia do seu meio-campo, liberdade entre linhas face ao 4-4-2 clássico de Quique Flores e mais oportunidades claras de golo. Lisandro salvou um golo encarnado e poderia também ter marcado por duas vezes (remate ao poste e falhanço clamoroso). O FC Porto foi sempre muito mais equipa, revelou maior maturidade e organização, mas a verdade é que a partir da expulsão de Katsouranis, baixou de rendimento e não conseguiu aproveitar a superioridade numérica, algo que em futebol sucede frequentemente. Nos portistas, destaque para a grande exibição de Rolando e excelentes prestações de Rodríguez (apesar da 'bela' recepção que lhe dispensaram) e Lucho. Hélton esteve em evidência mas pela negativa, ao dar um 'frango' e permitir o empate aos da casa. O Benfica chegou aos 90 minutos de rastos, com lesões e outras dificuldades físicas. Ainda assim, são de enaltecer os desempenhos de Quim e Yebda e alguns fogachos individuais do medalhado Di Maria. Aimar e Reyes estiveram muito apagados, sendo que o '10' argentino começou cedo a contrair lesões... O árbitro fez um bom trabalho, apenas pecando por não ter dado ordem de expulsão a Luisão logo no início, por agressão do brasileiro a Sapunaru. Nas outras decisões duvidosas, acertou. Foi um clássico empolgante e emotivo, com um grande ambiente; o futebol português precisa de mais jogos destes.

2. A 2ª jornada da 1ª Liga está concluída, com Sporting e Nacional no topo da classificação com 6 pontos. Os sportinguistas foram a Braga arrebatar uma excelente vitória por 1 - 0, mercê de um tento de Postiga, enquanto o Nacional bateu em casa a Naval por 2 -1. Guimarães, Setúbal e Académica bateram, respectivamente, Marítimo, E.Amadora e Rio Ave, todas pelo mesmo resultado (1 - 0). O Leixões alcançou um importante triunfo na Trofa, com Zé Manel a marcar um golo sensacional. Belenenses e P.Ferreira empataram a duas bolas, sendo de realçar também o golo de belo efeito do talentoso Zé Pedro. A média de espectadores desta 2ª ronda foi de 11.035, ligeiramente inferior à da jornada inaugural.

3. Acabou finalmente o folhetim Quaresma, cujo desfecho foi o mais previsível: transferência para o Inter de Milão. O valor do negócio foi de 24,6 milhões de euros (18,6 milhões em dinheiro + Pelé, avaliado em 6 milhões), aquém daquilo que eu achava o preço justo que era de 30 milhões. Acabou por se confirmar que o arrastar da novela até ao limite não favoreceu em nada o FC Porto. No entanto, face a todas as condicionantes, nas quais se incluem a recessão no mercado futebolístico e as declarações do jogador a forçar a saída - colocaram o FC Porto numa posição negocial bem mais desfavorável -, considero ter sido o negócio possível e a melhor saída para todas as partes envolvidas. Era notório que o ciclo do jogador no Dragão havia chegado ao fim e a sua continuidade forçada poderia ser prejudicial ao próprio clube. Enquanto portista, considerei-o o melhor jogador da equipa durante muito tempo, mas a conduta que teve em muitos períodos da época passada, em que não teve um rendimento condizente com o seu talento e mostrou que mentalmente é ainda um miúdo, aliada à forma ingrata como saiu, fez com que baixasse bastante na minha consideração. Agradeço-lhe todas as alegrias e momentos geniais que me proporcionou, desejo-lhe toda a sorte do mundo no futebol italiano, espero que possa crescer com José Mourinho e ser peça importante na Selecção Nacional, mas não vai ter um lugar ímpar no meu coração como têm Vítor Baía, Deco ou Ricardo Carvalho.

4. O Benfica contratou Suazo, emprestado pelo Inter de Milão. Não conheço o jogador a fundo, mas pelas referências parece tratar-se de um excelente avançado, forte, rápido, tecnicista e com apreciável capacidade finalizadora. Não triunfou no Inter devido à feroz concorrência, mas em princípio deve vingar na Luz. Com o 4-4-2 em linha de Quique, vejo o Benfica da seguinte forma do meio-campo para a frente: Di Maria, Katsouranis (Yebda), Carlos Martins, Reyes; Cardozo, Suazo. Será que Aimar veio para ficar no banco? Ou o Quique vai mudar o sistema só para agradar a Rui Costa? É que sinceramente não vejo o argentino a render sem ser na posição '10'. Outra coisa: como é que o Benfica não tem um único lateral-direito de raíz no plantel?

5. Jorge Gonçalves, do Leixões, foi contratado pelo Racing Santander. É um passo importante na carreira do jovem extremo português, embora tenha pena porque enfraquece a nossa liga. É um excelente jogador que passou pelas camadas jovens do FC Porto, que tem vindo a construir uma carreira sustentada e ascencional e espero que um dia possa voltar ao nosso campeonato para jogar num clube de topo. No Leixões, foi sempre primeira opção, à frente de internacionais jovens como Vieirinha ou Diogo Valente. Cheguei a frequentar a mesma escola dele e, portanto, é com interesse que sigo o seu trajecto.

6. Convocatória de Carlos Queiroz para os jogos com Malta e Dinamarca: Quim, Eduardo, Daniel Fernandes, Bosingwa, Miguel, Paulo Ferreira, Antunes, Ricardo Carvalho, Bruno Alves, Pepe, Fernando Meira, Raúl Meireles, Pedro Mendes, Maniche, João Moutinho, Deco, Carlos Martins, Danny, Simão, Nani, Yannick Djaló, Nuno Gomes, Hugo Almeida. Já para o amigável com as Ilhas Faroé, a lista não fugira muito desta, tendo nessa altura sido chamados Duda e Manuel Fernandes. As novidades principais são as convocações de Pedro Mendes e Yannick Djaló e os regressos de Maniche e Carlos Martins, todas opções que me agradam sobremaneira. Além disso, desde há muito que defendo que Danny e Antunes mereciam uma oportunidade. Finalmente temos um seleccionador que escolhe os que lhe dão mais garantias em dado momento, de acordo com o seu momento actual. Por isso, não se estranham as ausências de Quaresma, Miguel Veloso ou Tiago, nomes que deverão ser chamados no futuro. Ricardo e Petit parece terem saído definitivamente das contas, o que é de saudar, pois já nada acrescentariam de positivo. As minhas ideias, felizmente para mim, convergem em muito com as escolhas de Queiroz, como se pode constatar neste e neste textos.

7. Ainda sobre a Selecção Nacional, é com particular entusiasmo que vejo três jogadores de quem gosto muito serem apostas do seleccionador, são eles Pedro Mendes, Danny e Maniche. No primeiro já tinha perdido a esperança, até porque o seu rendimento no Portsmouth na última época sofreu um abaixamento, mas a sua transferência para o Glasgow Rangers deu-lhe uma alma nova e espero que possa demonstrar na selecção o magnífico médio que sempre foi. Do Danny já há muito que me tinha lembrado, mas o facto de jogar na pouco visível liga russa poderia dificultar-lhe a vida. Felizmente Queiroz é um homem atento e com a recente mudança para o Zenit (já coroada com um golo ao Manchester United e conquista da Supertaça Europeia), é possível que se torne presença assídua. Quanto a Maniche, é um médio maravilhoso, que parecia entrar na curva descendente nesta temporada, de tal forma que o seu treinador Javier Aguirre não contava com ele inicialmente. Continuou a lutar por um lugar no Atlético Madrid e o resultado está à vista: titularidade e boas exibições nos últimos jogos dos 'colchoneros' e chamada à selecção. Sobre a sua prestação na vitória contra o Málaga, na 1ª jornada da liga espanhola, a Marca escreveu: "Maniche realizó un partido excepcional, peleando cada balón, dirigiendo al equipo, asistiendo a sus compañeros y llegando con peligro al área rival". Chega?

8. Nos últimos dias, realce para duas transferências sonantes no mercado europeu: Robinho, do Real Madrid para o Manchester City, por 42 milhões; e Berbatov, do Tottenham para o Manchester United, por 37. Duas excelentes contratações para os clubes compradores. O United ganha um avançado soberbo, de estilo de jogo diferente de Rooney e Tévez. O City fica com um jogador de talento maior que o próprio tamanho do clube, embora eu até nem seja grande apreciador do brasileiro. O Real Madrid acaba por não se sair muito mal deste imbróglio. Arrecada uma soma espectacular, não vende o jogador ao Chelsea e vê o jogador mudar-se para um clube infinitamente mais pequeno. Eu diria que, apesar de aumentar a sua conta bancária, a coisa não correu lá muito bem a Robinho. Muito menos ao Chelsea e a Scolari. Já agora, alguém já viu a última? Isto é o fim do mundo!

9. O sorteio das competições europeias realizou-se recentemente. Na Champions, o Sporting ficou inserido no grupo C, juntamente com Barcelona, Shakhtar Donetsk e Basileia; já o FC Porto calhou no grupo G, com Arsenal, Fenerbahçe e Dínamo Kiev. Acho que ambos têm a obrigação de passar aos oitavos-de-final. Na Taça UEFA, o sorteio não foi nada simpático para as cores portuguesas. O Benfica defrontará o Nápoles e penso que deverá seguir em frente, embora os italianos sejam sempre muito perigosos. O Braga medirá forças com o eslovaco Artmédia, bem conhecido dos portistas, devendo passar à eliminatória seguinte. O Guimarães, depois de ter ficado de fora da Champions, encontrará agora o Portsmouth, um adversário muito complicado mas ao alcance de um Vitória ao melhor nível. Ao Setúbal aparecerá novamente o Heerenveen, sendo o resultado desta eliminatória uma incógnita para mim, pois desconheço completamente o valor dos holandeses. Ao Marítimo, saiu a 'fava' Valência, pelo que não terá quaisquer chances de seguir em frente, a menos que aconteça um milagre. Aguardemos para ver.

10. Agora, algo que não tem nada a ver e completamente fora de tempo. Como ainda não tive oportunidade de o fazer, deixo aqui, com dois meses de atraso (!), o meu onze ideal do Euro'2008, apenas para ficar registado. Claro que fica péssimo no alinhamento, mas como o blog é meu e eu faço o que quiser, cá vai, em 4-4-2 losango: Casillas; Lahm, Pepe, Marchena, Zhirkov; Xavi, Sneijder, Iniesta, Deco; Arshavin, David Villa. Treinador: Guus Hiddink. Assim já me sinto melhor!