terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A GOLEADA PERDIDA


ATLÉTICO MADRID - FC PORTO 2 - 2
Liga dos Campeões 2008-09 (1/8 Final)
24 de Fevereiro de 2009
Estádio Vicente Calderón (Madrid)
Árbitro: Howard Webb (Inglaterra)
Atlético Madrid: Léo Franco; Seitaridis, Pablo, Ujfalusi, António Lopez; Maxi Rodríguez (Miguel 80'), Paulo Assunção, Raúl Garcia (Maniche 67'), Simão; Aguero (Sinama-Pongolle 56'), Forlán. Tr: Abel Resino
FC Porto: Helton; Sapunaru (Pedro Emanuel 79'), Rolando, Bruno Alves, Cissokho; Fernando, Raúl Meireles (Tomás Costa 90'), Lucho González; Lisandro (Tarik 90'), Hulk, Cristian Rodríguez. Tr: Jesualdo Ferreira
Ao intervalo: 2 - 1
Marcadores: 1 - 0 Maxi Rodríguez 3', 1 - 1 Lisandro 22', 2 - 1 Forlán 45', 2 - 2 Lisandro 72'
CA: Raúl Garcia 24', Sapunaru 27', Lisandro 60', Paulo Assunção 74'


Empate amargo para o FC Porto. Mesmo sabendo que empatar fora, com golos, numa eliminatória da Champions é um resultado positivo, o FC Porto fica a dever a si próprio e a alguns azares, uma vitória na capital espanhola, por números bem expressivos até. Os portistas vulgarizaram o Atlético Madrid e só a falta de eficácia na finalização e a arbitragem caseira impediram o sentenciar, desde já, da eliminatória. Ficou demonstrado que, ao contrário do que havia declarado Paulo Assunção antes do encontro, o FC Porto é, nesta altura, uma equipa muito superior ao Atlético. A forma personalizada e inteligente como se exibiu no Vicente Calderón não foi por acaso.

O FC Porto controlou a quase totalidade do jogo, criou imensas oportunidades claras de golo (muito mais que o adversário) e denotou maior agressividade, objectividade e lucidez. Soube sempre o que tinha de fazer para levar o perigo à baliza madrilena. Tivesse existido maior frieza na hora de definir as jogadas e poderíamos estar perante um desfecho humilhante para o Atlético, tantas foram as vezes em que o trio ofensivo azul e branco lançou o pânico na defensiva caseira. Este FC Porto está efectivamente talhado para os jogos mais difíceis, onde não tem de assumir o jogo abertamente e em que o adversário lhe concede os espaços necessários para que o futebol explosivo de transições fortes possa surtir o efeito pretendido. Rodríguez e Hulk estiveram particularmente inspirados e foram duas setas apontadas à baliza de Léo Franco. Lucho foi o patrão do meio-campo, com a sua habitual mestria na hora de decidir o caminho a seguir, especialmente durante a primeira parte.

O plano de jogo definido por Jesualdo Ferreira apontava claramente para o triunfo e o desempenho da equipa justificava amplamente tal desiderato. No entanto, estava escrito que este seria um jogo marcado por inúmeras adversidades e que só com muita cabeça e um espírito de grupo muito forte se conseguiria evitar uma injusta derrota. Há muito tempo que não sentia tanto nervosismo a ver um jogo de futebol. A Champions é um mundo à parte, estes jogos têm uma carga completamente diferente dos compromissos internos e ver a equipa a jogar melhor, a merecer golear e a perder, contra uma equipa inferior, com golos falhados em catadupa, uma arbitragem tendenciosa e o 'frango' de Helton em cima do intervalo, estava a deixar-me fora de mim.

Logo aos 2 minutos, o FC Porto mostrou ao que ía: arrancada demolidora de Hulk (é um fenómeno este brasileiro, mas ainda há gente que acha que ele é tudo menos jogador de futebol!), passe para Rodríguez que, já dentro da pequena área, em vez de assistir Meireles para um golo fácil, rematou contra um defesa espanhol. Estava dado o sinal. Só que na primeira vez que chegam à baliza, os 'colchoneros' inauguram o marcador por Maxi Rodríguez, num lance em que Cissokho não efectuou a cobertura ao argentino como devia. Sem nada ter feito por isso, o Atlético colocava-se em vantagem.

O FC Porto, porém, não se ressentiu e a reacção foi enérgica. Hulk foi a principal ameaça nesta fase para os espanhóis que não tinham antídoto para travar alguns piques avassaladores do '12' portista. Forlán ainda teve nos pés o segundo golo (boa defesa de Helton), mas o FC Porto estava a carregar e deliberadamente à procura do empate. Empate esse que foi alcançado aos 18 minutos de forma legal, por Lisandro, mas o árbitro anulou o lance por fora-de-jogo inexistente. Sobre isto, queria manifestar o meu repúdio pelo facto de o narrador da RTP não saber sequer o que é um fora-de-jogo, pois dizer que o lance é bem anulado, por Lisandro estar adiantado em relação ao penúltimo homem do Atlético, mas esquecendo-se que estava em linha com a bola, é surreal para um jornalista desportivo. Sim, depois lá lhe disseram as regras e emendou a mão, mas a incompetência (ou será outra coisa?) estava demonstrada. É este o serviço público que temos.

Mas o golo não tardaria. Após uma falha de Raúl Garcia, Lisandro surge isolado face a Léo Franco e atira a contar, minorando a injustiça que o resultado continha. O FC Porto continuou a dominar as operações e pressentia-se que a qualquer momento poderia passar para a frente. Lisandro teve uma oportunidade flagrante, após excelente jogada de Rodríguez, mas não conseguiu manter o acerto na finalização, permitindo a defesa do guarda-redes. A seguir, foi Hulk que, isolado por uma assistência primorosa de Meireles, permitiu nova intervenção providencial de Léo Franco. O FC Porto já ía justificando a reviravolta, numa partida que mantinha um ritmo elevado. Hulk e Rodríguez continuavam a deixar os adeptos madrilenos apreensivos com as suas 'explosões'. Aos 42 minutos, novamente o 'Incrível' a passar pelo opositor com facilidade e a disparar para a baliza, mas a bola sai a rasar o poste, sem que Lisandro e Rodríguez conseguissem desviar.

A felicidade não quis mesmo nada com os portistas. Neste contexto, o golo de Fórlan, num 'frango' ridículo de Helton (Fernando também não está isento de culpas, pela passividade que mostrou perante a incursão do avançado uruguaio), foi o culminar de uns primeiros 45 minutos do mais inglórios que já vi. Este tipo de erros acontece a todos os guardiões, mesmo aos melhores, mas foi a segunda vez que o brasileiro comprometeu seriamente a equipa num jogo da Champions e tenho dúvidas se terá estaleca para jogar a um nível tão alto. Não escondo que tive um ataque de fúria assim que vi aquela bola a entrar por entre as suas mãos. Ir a perder para o descanso, quando o resultado mais ajustado seria à vontade uns 3 golos de vantagem, era difícil de aceitar.

Na segunda parte, embora o FC Porto não tenha exibido uma supremacia tão evidente, mais do mesmo: FC Porto à procura da igualdade e a falhar oportunidades. Lisandro esteve perto do golo por duas vezes, numa das quais falhando de forma escandalosa, após assistência de Rodríguez que o deixou na cara de Léo Franco. O FC Porto exercia forte pressão e a defesa caseira tremia por todos os lados. Um remate do meio da rua de Raúl Garcia mostrou que o Atlético ainda poderia ser perigoso, mas era ponto assente que os portistas só descansariam quando conseguissem empatar. E conseguiu-o, aos 72 minutos, numa finalização oportuna do inevitável Lisandro, respondendo a um cruzamento bem medido de Cissokho. Gostei de ver os abraços a Helton nos festejos feste golo. É também deste companheirismo que se fazem os campeões.

O jogo tornou-se mais previsível a partir desta altura e com mais incidência sobre o miolo do terreno, com um natural e ligeiro ascendente do Atlético. Simão, Fórlan e Sinama-Pongolle - entretanto entrado - ainda causaram algum perigo, mas a verdade é que nunca houve muito engenho dos comandados de Abel Resino para ultrapassar a equipa portista. O apito final era uma questão de tempo.

O FC Porto deu uma demonstração de força e personalidade. Pode causar alguns estragos nesta competição, com a sua forma de jogar directa e explosiva. É um regalo ver a excelência de algumas transições ofensivas, ainda que neste jogo os erros defensivos primários do Atlético e a rigidez do seu 4-4-2 clássico, que proporciona muitos espaços sempre que o bloco não se posiciona atrás, também tenham ajudado o FC Porto a superiorizar-se em jogo jogado. A exploração das costas dos defesas contrários foi uma constante. No entanto, acho o FC Porto muito passivo quando perde a bola, concede demasiado espaço, não pressiona convenientemente o portador da bola, deixando a equipa adversária avançar no terreno sem grande oposição. Penso que este deveria ser um aspecto a corrigir. De resto, em organização ofensiva, até gostei do jogo de posse de bola que os portistas conseguiram praticar, algo que não é, como se sabe, um dos seus maiores predicados.

Individualmente, acho que Rodríguez foi o melhor jogador em campo. Colocou a cabeça em àgua a Seitaridis com as suas infindáveis arrancadas e foi sempre um dos mais inconformados. Grande jogo do 'Cebola'. Helton esteve sempre seguro, mas aquela falha patética, a fazer lembrar o jogo com o Chelsea há duas temporadas, manchou a sua exibição. Sapunaru fez um jogo medíocre, é fraco e não tem lugar na equipa - foi pena Fucile ter tido problemas físicos que o impossibilitaram de actuar. Cissokho esteve intermitente, tendo feito coisas boas e outras menos boas. Os centrais estiveram em bom plano, dominando o espaço aéreo e revelando sempre concentração máxima. Fernando, à excepção da abordagem ao lance do segundo golo do Atlético, teve um bom desempenho. Meireles fez um jogo fantástico, defendeu e atacou com igual eficácia, valendo-se da sua cultura táctica e capacidade de passe. Lucho foi o cérebro da equipa, na primeira parte esteve soberbo, tendo caído um pouco na segunda, mas ainda a tempo de fazer uma maldade a Ujfalusi. Lisandro falhou golos que não se podem falhar, mas marcou por duas vezes e movimentou-se muito e bem, participando quase sempre assertivamente nos lances de ataque e ajudando a defender com a sua habitual abnegação. Hulk foi enorme! Quando embala torna-se quase imparável. Desequilibrou por diversas vezes a defesa 'colchonera', servindo-se da sua velocidade e potência para deixar adversários por terra. Foi dos melhores, esteve sempre em jogo e foi dos que mais contribuíram para colocar o Atlético em permanente sobressalto. Mas já li nessa blogosfera que passou ao lado do jogo... Deve ser ainda o efeito do álcool da noite carnavalesca!

O FC Porto tem tudo para passar aos quartos-de-final. É superior, está em vantagem e joga a segunda mão no Dragão perante os seus adeptos, além de que Howard Webb não será o árbitro... Será que à terceira será de vez?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

SONDAGENS (1)


Na primeira sondagem levada a cabo por este blog, fiz a seguinte pergunta aos leitores: 'Quem é, actualmente, o melhor avançado-centro do mundo?'. Obtive 74 respostas, com os seguintes resultados: Ibrahimovic (23 votos), Fernando Torres (11), Drogba (8), Henry e David Villa (6), Rooney (5), Aguero (4), Van Nistelrooy e Adebayor (3), Eto'o e Berbatov (2), Luca Toni (1) e Benzema e outro (0). Cada um tem a sua opinião e é de salientar a diversidade de respostas. Mas os resultados indiciam que, hoje em dia, o sueco Ibrahimovic e o espanhol Fernando Torres talvez estejam uns furos acima dos outros, e, entre estes, o pupilo de José Mourinho no Inter, levará também bastante vantagem. Eu votei em Ibrahimovic...

domingo, 8 de fevereiro de 2009

EMPATE JUSTO


FC PORTO - BENFICA 1 - 1
1ª Liga Portuguesa 2008-09
8 de Fevereiro de 2009
Estádio do Dragão (Porto)
Árbitro: Pedro Proença (Lisboa)
FC Porto: Helton; Fucile, Rolando, Bruno Alves, Cissokho; Fernando, Raúl Meireles (Mariano González 65'), Lucho González; Lisandro (Farías 88'), Hulk, Cristian Rodríguez. Tr: Jesualdo Ferreira
Benfica: Moreira; Maxi Pereira, Luisão, Sidnei, David Luíz; Ruben Amorim, Yebda, Katsouranis, Reyes (Nuno Gomes 86'); Aimar (Carlos Martins 90'+1'), Suazo (Di Maria 62'). Tr: Quique Flores
Ao intervalo: 0 - 1
Marcadores: 0 - 1 Yebda 45'+1', 1 - 1 Lucho González 71' gp
CA: Fernando 50', Maxi Pereira 52', Katsouranis 64', Yebda 70'


Para muitos este era o desafio mais importante da temporada interna até ao momento. A expectativa era grande, a semana que antecedeu a contenda foi intensa e a infíma diferença pontual entre ambas as equipas fazia antever um jogo de nervos. A arbitragem tem feito parte da agenda quotidiana do futebol português. Todos se queixam, todos se acham prejudicados, os erros grosseiros acontecem a uma velocidade assustadora, a suspeição é atirada para o ar diariamente e, portanto, o árbitro Pedro Proença não dispunha do ambiente propício para fazer uma boa arbitragem no Dragão. É por aí que começo.

Pedro Proença fez uma má arbitragem. Cometeu três erros graves e, ainda que no resto da partida tenha estado bem (exceptuando o facto de ter permitido que metade dos 3 minutos de compensação fossem passados sem jogar), a verdade é que influenciou o normal curso do jogo e o desfecho do mesmo. Aos 18 minutos, não assinalou uma grande penalidade, por falta clara de Reyes sobre Lucho. Como se sabe, na área não há lei da vantagem e não é pelo facto de o argentino se ter levantado após o desequilíbrio provocado pelo toque de Reyes que deixa de existir falta. Aos 26 minutos, Sidnei pisa ostensiva e maldosamente Lucho, justificando-se a exibição do vermelho directo, por conduta violenta. Proença não mostrou qualquer cartão. Aos 70 minutos, assinalou uma grande penalidade inexistente, já que Yebda não cometeu qualquer falta sobre Lisandro, que se limitou a atirar para a piscina. Conclusão: o penalty que permitiu ao FC Porto restabelecer a igualdade não existiu. Mas o certo é que se o árbitro tivesse agido em conformidade anteriormente, o FC Porto poderia ter chegado aos 26 minutos a ganhar por 1-0 e a jogar contra dez unidades.

Se olharmos para a imprensa e para a generalidade da blogosfera, ficamos convencidos que o FC Porto foi beneficiado, mas analisando os lances capitais da partida com objectividade, vemos que não foi isso que sucedeu. Tem sido desta forma, parcial e tendenciosa, que o FC Porto tem sido tratado nesta temporada. É triste verificar que a comunicação social, que deveria agir com isenção, na procura da informação credível e objectiva, esteja, cada vez mais, a imbecilizar-se e a comportar-se como um verdadeiro adepto. Felizmente deixei de comprar jornais de há uns tempos a esta parte e ligo muito pouco às análises que se vão fazendo nas rádios e televisões. Anda a querer vender-se uma mentira, só porque ela é dita muitas vezes. Quem gostar de ser enganado, que acredite.

Os treinadores não apresentaram qualquer surpresa nos seus onzes. Os sistemas tácticos foram também os esperados. O FC Porto chegou a este jogo na sua máxima força, após ter feito descansar todos os habituais titulares, a meio da semana, em Alvalade. O Benfica não procedeu a tão grande poupança no desafio da Taça da Liga, diante do Guimarães, mas uma potencial maior frescura portista não se fez notar ao longo do encontro.

A primeira meia-hora foi de domínio do FC Porto e só por manifesta falta de eficácia na hora de finalizar, não se adiantou no marcador neste período. Jogando subido e pressionando alto, os pupilos de Jesualdo Ferreira empurraram os encarnados para a sua defensiva. Rodríguez foi dos mais audazes nesta fase inicial e fez várias vezes a cabeça em água ao compatriota Maxi Pereira. Lucho e Lisandro estiveram também muito activos, tanto a construir, como em zonas de finalização. O '8' portista teve mesmo na cabeça a melhor oportunidade da primeira parte, mas atirou por cima quando estava completamente isolado. O perigo rondou a baliza de Moreira em diversas ocasiões, mas os portistas revelaram-se perdulários, como já vem sendo costume nos jogos caseiros.

Apesar desta fase de algum assédio, o Benfica esteve sempre traquilo, concentrado e nunca se desuniu. Manteve sempre o bloco baixo, não permitindo ao adversário dispôr da sua melhor arma atacante - as transições rápidas - e nunca deixou de procurar contra-atacar quando havia possibilidades para isso. Reyes chegou a estar na cara do golo, mas Helton respondeu com uma grande defesa. O FC Porto foi superior na primeira parte, teve mais ocasiões para marcar e exerceu um maior domínio territorial, mas a forma adulta e personalizada como as 'águias' conviveram com essa situação, acabou por ser premiada, mesmo em cima do intervalo, com um belo golo de Yebda, de cabeça, na sequência de um canto executado por Reyes. Sem o justificar, o Benfica saiu para o intervalo em vantagem.

Na segunda parte o FC Porto continuou a ser mais dominador, mas jogou sempre com muito coração e pouca cabeça. Com o Benfica em vantagem e cada vez mais fechado, faltaram os espaços para os portistas aplicarem o seu futebol. O jogo de posse de bola nunca foi um dos pontos fortes deste FC Porto, que vivia de algumas arrancadas de Hulk (bom duelo com Moreira) e pouco mais. Os benfiquistas foram ganhando confiança e estiveram mesmo próximos de aumentar a contagem em alguns ataques rápidos, numa altura em que Aimar ía mostrando algum do perfume do seu futebol.

Di Maria já estava em campo, por troca com o esgotado Suazo. Jesualdo abriu a frente de ataque, colocando Mariano no lugar de Raúl Meireles. O jogo manteve a mesma toada de ataque contínuo e desorganizado do FC Porto, alternado com algumas investidas perigosas do Benfica. O golo do empate azul e branco haveria de surgir a 20 minutos do fim, através de Lucho González, na já descrita grande penalidade, num lance que veio repôr justiça no marcador. Após este golo, o jogo abrandou, parecendo claro que ambas as equipas, a partir de determinada altura, começaram a preocupar-se mais em não sofrer o segundo golo que em tentar chegar à vitória. Até ao apito final de Pedro Proença, poucos motivos de interesse mais há a realçar.

O FC Porto chegou a este clássico como favorito, mas a sua exibição acabou por defraudar as expectativas, tanto mais que a preparação para este jogo foi feita com especial cuidado, implicando mesmo a eliminação quase premeditada da Taça da Liga. Do lado oposto, o Benfica também não foi brilhante, mas a forma personalizada como se exibiu na casa dos tricampeões nacionais, foi uma agradável surpresa, a justificar amplamente o ponto conseguido.

Resultado justo, num clássico que não deixará saudades. Um estádio repleto com 50 110 espectadores merecia mais e melhor. O FC Porto mantém-se na liderança desta Liga Sagres, mas com a certeza de que terá de melhorar substancialmente as suas performances caseiras. A incapacidade que revela em ultrapassar defesas fechadas e bem organizadas, não augura facilidades até ao final do campeonato. O Benfica cumpriu o plano traçado para o jogo e segue na luta pelo título, mas a sua irregularidade exibicional faz-me pensar que a tarefa que se lhe depara é árdua. Aguardemos pelas próximas jornadas.