segunda-feira, 21 de maio de 2007

CAMPEÕES CAMPEÕES CAMPEÕES!!


FC PORTO - AVES 4 - 1
1ª Liga Portuguesa 2006-07
20 de Maio de 2007
Estádio do Dragão (Porto)
Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)
FC Porto: Helton (Vitor Baía 86'); Bosingwa, Pepe, Bruno Alves, Fucile; Raúl Meireles, Lucho González (Cech 85'), Anderson (Jorginho 65'); Lisandro, Adriano, Quaresma. Tr: Jesualdo Ferreira
Aves: Nuno; Sérgio Carvalho, William, Sérgio Nunes, Pedro Geraldo; Mércio (Octávio 88'), Jorge Ribeiro, Jocivalter (Dill 58'), Artur Futre (Leandro 71'); Moreira, Paulo Sérgio. Tr: Neca
Ao intervalo: 1 - 1
Marcadores: 1 - 0 Adriano 27', 1 - 1 Moreira 34', 2 - 1 Lisandro 52', 3 - 1 Jorge Ribeiro 59' pb, 4 - 1 Lisandro 89'
CA: Mércio 18', William 47', Bruno Alves 76'


O FC Porto é bi-campeão nacional de futebol. Numa tarde de emoções extremas como há muito não se via no nosso campeonato, a turma orientada por Jesualdo Ferreira aguentou a pressão e superiorizou-se aos rivais da capital, garantindo o 22º título da sua gloriosa e secular história. Uma vitória gorda por 4 - 1 sobre o Aves, acabou por garantir este feito, após uma semana de grande discussão em redor da real valia da equipa azul e branca e do seu treinador. Goste-se ou não, Jesualdo Ferreira foi o grande vencedor desta 1ª Liga 2006-07, tendo lutado contra diversas contrariedades e exibindo um fortíssimo carácter. Podem continuar a apontar-lhe as portas da rua (o mais certo é alguns meterem agora a violinha no saco!), a dizer que não possui competências de líder, a negar-lhe falta de capacidade de motivação e empolgamento, a lembrar os erros técnicos por si cometidos, mas este título nacional, o primeiro da sua longa carreira, já ninguém lho tira. A faixa de campeão é dele!

O jogo com o Aves foi intenso. Por estar a trabalhar, não me foi possível seguir as suas incidências nem ao vivo nem pela TV, pelo que voltei aos longínquos dias da rádio, aos saborosos dias da rádio. Ouvi o relato atentamente e os nervos estiveram à flôr da pele, que sofrimento!

Os primeiros 10 minutos não foram os esperados e a equipa portista não se estava a conseguir encontrar. O que se temia estava a suceder, uma vez que os azuis e brancos não foram capazes de entrar a matar e marcar um golo cedo. De Alvalade chegavam más notícias, com dois golos leoninos nos primeiros 20 minutos. A ansiedade e o medo aumentavam mas, na sequência de uma melhoria no seu jogo, o FC Porto conseguiu inaugurar o marcador aos 27 minutos, com Adriano a responder de cabeça a um primoroso cruzamento de Quaresma. Grande explosão de alegria no Dragão, eu "limitei-me" a um sonoro grito de alegria, alívio e libertação. Estava feito o mais difícil e o FC Porto podia agora partir para uma exibição mais tranquila e até, quem sabe, uma goleada.

No entanto, o Aves desde o início que mostrou que não estava ali apenas para defender e, depois de ter dado alguns avisos, chegou ao empate aos 34 minutos através de Moreira. Grande balde de água fria, Dragão em silêncio e o Sporting passava momentaneamente para a liderança. A ansiedade voltou a tomar conta de mim, apetecia-me correr para casa e ligar a TV, pelo rádio sofre-se mais, não vemos o que se está a passar e imaginamos sempre o pior. Até ao intervalo a equipa voltou a desencontrar-se, acusou o golo avense e de que maneira. No final da primeira parte o Sporting era o virtual campeão nacional e assustava-me a ideia de isso se manter até ao minuto 90. No entanto, 45 minutos por se jogar davam ainda uma certa paz de espírito, que se misturava com o pavor de poder morrer na praia e perder o título. Depois de estarmos no comando desde a primeira jornada, não seria justo sermos ultrapassados na última. O Benfica também ía ganhando, o que só reforçava o sentimento de frustração, do tipo: o Sporting ganha ao Belenenses, o Benfica à Académica, por que raio o FC Porto não é capaz de estar a ganhar ao Aves?

Se Jesualdo disse algo relevante ao intervalo não se sabe, mas é indiscutível que o FC Porto reentrou com uma atitude de conquista bem mais prometedora. O estádio sentiu isso mesmo e começou a apoiar ainda mais. Pelos comentários que escutava, parecia-me que o golo estava próximo, mas a ansiedade só acalmou quando Lisandro fez aos 52 minutos o 2 - 1: passe de Fucile para o centro e o argentino a desferir um belo remate rasteiro e a bater um impotente Nuno. Novo descarregar da tensão com um audível berro, que até fez um colega estremecer.

A festa voltava ao Dragão, mas o medo de consentir novamente o empate só terminou definitivamente com a obtenção do terceiro sete minutos depois: canto de Quaresma e o avense Jorge Ribeiro a introduzir o esférico na própria baliza. Aqui senti-me campeão nacional e ouvi a festa no estádio cada vez mais intensa. Jorge Ribeiro tentou redimir-se do autogolo e ainda protagonizou um sensacional tiro à barra da baliza de Helton, brasileiro que pouco depois deu o seu lugar na baliza a Vítor Baía. A ovação ao lendário guardião português foi de arrepiar, ele que reforçou a sua liderança como o mais titulado futebolista do mundo, somando o seu 31º êxito e deixando os segundos classificados dessa lista Rijkaard e Pelé a seis títulos de distância. Aos 89 minutos, Lisandro bisou e fechou a contagem com um sensacional remate de pé direito, a culminar uma excelente exibição pessoal. Apito final, FC Porto campeão nacional pela segunda vez consecutiva e pela 13ª vez nos últimos 20 anos!

Invadiu-me a emoção, o orgulho, o doce sabor de vencer contra tanta gente que desrespeita diariamente sem contemplações este grande clube. A quem nos minimiza e subestima, a resposta é dada dentro do campo, com muito sofrimento, mas também com igual talento. A quem sempre colocou em causa as pessoas do FC Porto a resposta está dada, e podem crer que se torna bem mais saboroso vencer assim, ao lembrarmo-nos de todos os ataques que nos foram dirigidos. Da mesma forma que arrebatar o título apenas na derradeira ronda, em despique directo com os dois rivais de sempre e depois de ao intervalo estarmos em segundo, confere a este triunfo contornos verdadeiramente épicos. A azia está instalada neste país! Peço desculpa por parecer pouco desportivo dizê-lo, mas é que não é fácil aguentar tanta hostilidade, tanto ódio, tanta inveja.

Ao longo da semana, a campanha de associação de um possível título à nomeação de Olegário Benquerença para dirigir o desafio foi feroz e incessante. O leiriense acabou mas foi por prejudicar os portistas com erros influenciadores: não anulação do golo do Aves obtido em fora-de-jogo, penalty não assinalado a favor dos portistas e não expulsão de William por agressão. Pormenores... Outro detalhe interessante foi dizer-se que o Prof. Neca estava na disposição de facilitar a vida ao FC Porto, como se ir parar à Liga de Honra não fosse castigo bastante que o motivasse para o contrário. Como se viu, o FC Porto sofreu a bom sofrer para ultrapassar este obstáculo, apetecendo-me nesta altura dizer que quem parece que 'abriu as pernas' foi o Belenenses em Alvalade: vários titulares de fora, golos madrugadores, frango de Marco Aurélio...

É justo dizer que nos momentos decisivos a equipa respondeu à altura das responsabilidades. Quando esteve à beira de ser ultrapassada na classificação, tremeu mas não caiu, tendo respondido afirmativamente aos anseios dos seus fiéis adeptos. Foi assim na Luz, foi assim em Paços de Ferreira, foi assim neste embate com o Aves. O FC Porto é campeão porque foi e é a melhor equipa da liga. Jesualdo Ferreira revelou-se um vencedor porque nunca esmoreceu com as críticas, tendo-se mantido defensor das suas ideias até ao fim. E ganhou! E já agora, uma pequena curiosidade: em 30 jogos (menos 4 que na época passada), marcou 65 golos, mais 11 que o FC Porto campeão de Co Adriaanse. Números...

Parabéns ao FC Porto! Parabéns a todos os jogadores! Parabéns a Pinto da Costa e aos restantes dirigentes! Parabéns a Jesualdo Ferreira e a todo o seu staff! Parabéns a todos nós, portistas! Mais um dia de glória...

7 comentários:

Anónimo disse...

Bicampeões...Nós somos Bicampeões...Bicampeões...

Custou, mas foi. É um título mais que justo, pois fizémos imenso para o merecer.

Biba o Porto.

Paulo Pereira disse...

É como dizes, a azia está instalada. Foi um título á antiga. Contra tudo e contra todos. Se dentro do campo fomos ultrapassando, com mais ou menos dificuldades os obstáculos, os textos verrinosos, o ódio de estimação de certos cronistas, a constante provocação de kem deveria ser neutro, segundo a deontologia profissional, foram adversários vencidos com grande gozo. Sim, é um título para comemorar, para festejar ruidosamente, pk ao fazê-lo, provocamos mossa. Foi sofrido, como se esperava. O Aves, ao contrário dos maledicentes, lutou bravamente, importunando o Dragão. Um belo exemplo de galhardia, procurando fintar um destino que foi cruel, pois mereciam a 1ª Liga. Ao invés, como habitualmente, o Sporting resolveu o jogo madrugadoramente. Confesso k sofri desalmadamente, temendo um dia negro. Felizmente, aqueles dois golos de rajada foram um bálsamo, curador de todas as mazelas. Este está ganho.
P.S: Sabes que, dado já termos comentários efectuados, que em relação a Jesualdo a minha opinião difere da tua. Apesar do título, continuo a achar que merecíamos melhor. Ideias teimosas:), mas apesar de tudo reconheço mérito ao decano treinador. Culpado ou não na péssima 2ª volta? Cada um terá a sua opinião.
SOMOS CAMPEÕES!

Anónimo disse...

meu amigo!!!!!!!!!!!a seguir a isto vem um livro...sim senhor!!!!onfesso que gosto de ler os teus artigos!!!

Bruno Pinto disse...

Ah ganda Joel! O nosso FC Porto é o que se vê, campeão nacional mais uma vez. Tive pena de não ter estado no Dragão com o Aves (trabalhar ao domingo é o que dá!), mas com certeza fizeste a festa por ti, por mim e por muitos mais. Bicampeões olé olé!

Anónimo disse...

Acho que qualquer um dos três grandes podia ser campeão este ano, dada a escassa diferença pontual. Penso, no entanto, que o Porto, que sempre comandou a prova e resistiu aos testes de fogo em que a liderança esteve em jogo, acaba por merecer esta conquista. Penso também é que os discursos da azia e do lutar contra tudo e contra todos são despropositados. É a minha opinião como adepto que, acima de tudo, ama o futebol! Acho que foi o campeonato mais limpo dos últimos anos! Ganhou o Porto e há que dar-lhe os parabéns.
Abraço, Bruno

Bruno Pinto disse...

Pedro é difícil, como adepto do FC Porto, aceitar constantes desrespeitos ao clube, que tentam sistematicamente desvalorizar as nossas vitórias com alegados favores. Isto tem acontecido desde que me lembro de ver futebol e, durante a última semana, basta ver o que se disse relativamente à nomeação de Olegário Benquerença para o Dragão. era como se o homem já estivesse comprado! Isso é que são comentários despropositados. Há uma doença relativamente ao FC Porto que urge ser curada. Este campeonato foi tão limpo como o do ano passado e como os do Mourinho e o do Boloni e o do Inácio. É óbvio que esta revolta tem de ser libertada quando ganhamos títulos, porque sabe bem melhor ganhar quando somos tão desrespeitados. É um facto que o FC Porto é o clube em Portugal mais odiado e, pela minha parte, este título deu-me ainda mais gozo ao lembrar-me dos Manhas, dos Delgados e dos Valdemares Duartes deste país.

PSousa disse...

Boa crónica Bruno, pois todos os campeões tem dificuldades e serão sempre justos campeoes, como se qualquer dos outros dois também o fosse, a justiça era a mesma.

Abraço e parabéns amigo