quarta-feira, 2 de maio de 2007

LIVERPOOL NA FINAL COM JUSTIÇA


LIVERPOOL - CHELSEA 1 - 0 (4 - 1 g.p.)
Liga dos Campeões 2006-07 (1/2 Final - 2ª Mão)
1 de Maio de 2007
Anfield Road (Liverpool)
Árbitro: Mejuto González (Espanha)
Liverpool: Reina; Finnan, Carragher, Agger, Riise; Gerrard, Mascherano (Fowler 117'), Pennant (Xabi Alonso 78'), Zenden; Kuyt, Crouch (Bellamy 106'). Tr: Rafael Benítez
Chelsea: Cech; Paulo Ferreira, Terry, Essien, Ashley Cole; Makelele (Geremi 117'), Obi Mikel, Lampard; Joe Cole (Robben 98'), Drogba, Kalou (Wright-Phillips 107'). Tr: José Mourinho
Ao intervalo: 1 - 0
Marcador: 1 - 0 Agger 22'
CA: Ashley Cole 28', Agger 62', Zenden 110'
Penalties: 1 - 0 Zenden, Robben falhou, 2 - 0 Xabi Alonso, 2 - 1 Lampard, 3 - 1 Gerrard, Geremi falhou, 4 - 1 Kuyt


Foi com tristeza que vi o Liverpool afastar o Chelsea da final da Liga dos Campeões, através das grandes penalidades (4 - 1), após 1 - 0 no final do prolongamento. O Chelsea-Manchester United em Atenas já não vai acontecer, estou certo que seria a final mais bonita a que o mundo poderia assistir. Porém, não me custa nada admitir que o Liverpool, pela forma como jogou e lutou, foi um justo vencedor desta meia-final apaixonante. Fico triste por Ricardo Carvalho, por Paulo Ferreira, por Hilário e por todo o staff técnico liderado por José Mourinho. Sou um profundo admirador do 'Special One' como treinador e orgulho-me que seja português, embora haja traços na sua personalidade que me desagradam. Esta derrota diante de um dos seus inimigos de estimação talvez o faça ficar um pouco mais humilde e repensar a forma como, por vezes, desrespeita os outros de forma injusta, tendo sido Cristiano Ronaldo a sua vítima mais recente.

Desde jogo, fiquei impressionado com outro facto, no qual concordo com Rafael Benítez: 'Special Ones' são todos aqueles adeptos do Liverpool. Que ambiente maravilhoso tem Anfield Road! Pela televisão dá para se perceber a sua dimensão, ao vivo nem imagino o que aquilo será...

O jogo foi intenso mas nem sempre de grande qualidade. Houve muito respeito de ambos os lados, nenhuma equipa se lançou deliberadamente ao ataque, daí que houve muita luta na zona central do terreno. O encontro começou táctico, mas cedo se percebeu que o Liverpool estava mais dominador e mais subido, como aliás lhe competia, face à desvantagem de um golo na eliminatória, embora tal domínio não se traduzisse em jogadas perigosas para Cech. A primeira oportunidade apareceu aos 22 minutos e deu o 1 - 0 para o Liverpool: livre de Gerrard rasteiro para a área e remate de Agger com êxito, perante a total e inadmissível passividade da defensiva londrina. Depois do golo, o Chelsea sofreu um mau bocado e viu-se em apuros perante mais algumas investidas do adversário. A partir da meia-hora os 'blues' começaram finalmente a sacudir a pressão e a adiantar-se no relvado. Drogba teve uma óptima hipótese para empatar mas Reina negou-lhe os intentos. Até ao intervalo, os londrinos continuaram senhores do jogo mas mais nada de muito relevante aconteceu.

Os primeiros minutos da segunda metade foram a continuação dos últimos da primeira, com o Chelsea a manter maior posse de bola e a mostrar disposição em marcar um golo, que poderia significar o fim do sonho do Liverpool. A este respeito, devo dizer que foi excelente a capacidade dos homens de Benítez em conviver com a constante ameaça de ter que marcar mais dois golos, caso o Chelsea chegasse à igualdade. Pressão menor teve o Chelsea nesse aspecto, uma vez que, mesmo que o Liverpool fizesse o 2 - 0, lhe continuava a bastar um tento para seguir em frente. Mesmo com o ligeiro ascendente inicial do Chelsea, o equilíbrio foi a nota dominante da segunda parte. Ainda assim, o Liverpool foi quem teve as melhores chances para marcar: uma cabeçada de Crouch para defesa apertada de Cech, outra de Kuyt à trave, um remate de Pennant interceptado a custo por Essien e um remate de Zenden em cima do minuto 90. Para os de Londres, apenas um centro de Cole que quase resultava em autogolo de Carragher e pouco mais em termos de perigo real.

Chegava então o prolongamento e mais 30 minutos de emoções. O equilíbrio continuou, embora tenha sido novamente o Liverpool a estar mais perto do golo, em dois lances protagonizados por Kuyt. O primeiro foi um golo anulado ao holandês por fora-de-jogo (milimétrico mas existente), apontado na recarga a um remate de Xabi Alonso que Cech defendeu para a frente. O segundo foi um remate, quase em cima do minuto 120, em zona muito perigosa que o guardião checo parou com classe.

Nas grandes penalidades, a sorte sorriu a quem mais fez por a merecer. Caso não se as considere uma lotaria - para mim mais que uma lotaria é um momento de controlo emocional -, então deve dizer-se que os jogadores do Liverpool revelaram maior cabeça fria e deram justiça ao desfecho desta eliminatória. O 'keeper' espanhol Reina defendeu os penalties de Robben e Geremi e foi herói. O Chelsea procurou lutar sempre, teve várias ausências forçadas e se ganhasse também seria justo pelo esforço e dedicação com que se bateu.

Estava à espera que o Chelsea jogasse em Anfield com maior capacidade de segurar a bola e controlar o jogo no sector intermédio. Lampard continua a exibir-se abaixo do que pode fazer, Makelele fez uma bela partida mas não teve a ajuda necessária do discreto Obi Mikel. Para colmatar a ausência de Carvalho, Essien foi colocado a central e o meio-campo ressentiu-se e muito. Gerrard foi o patrão daquela zona, muito bem secundado pelo espírito batalhador de Mascherano. Kuyt, além de ter sido o elemento mais perigoso do Liverpool, ainda foi o autor do penalty decisivo. Benítez voltou a eliminar Mourinho da Champions, o técnico português continua sem ganhá-la desde que saiu do FC Porto, em 2004, sem sequer a festejar. Tenho pena mas o futebol é isto. Parabéns ao Liverpool e aos seus espectaculares seguidores.

7 comentários:

Jaleco disse...

Ao contrário d muitos portugueses q vibram c/ as derrotas d Mourinho, eu fiquei feliz pela passagem do Liverpool, porque são a minha equipa europeia favorita :)!!! Aqueles adeptos são um mundo...espero pder visitar Anfield Road antes q venha abaixo :s!! Quanto ao Mourinho, desejo-lhe as maiores felicidades, mas é preciso perder d vez em quando para moldar carácter!!! E pra quando ganhar, poder saborear novamente de maneira especial!

"you'll never walk alone" :)

Mãe do Vinho disse...

convido-o a visitar o blog bolanamesa.blogspot.com

obrigado.

DP disse...

Neste jogo na minha opiniao depois do 1-0 so houve uma equipa que quis ganhar o chelsea...depois teve o azar dos penaltis

antitripa disse...

Bom, o mourinho pode concluir que a insignia do Liverpool lhe assenta muito bem, aliás, tão bem como a vocês mesmos, tripalhada ignorante. "You'll never walk alone", basta a arboitragem não dar uma mãozinha e.....já está!

Que berlogue tão insabido.....

Bruno Pinto disse...

O meu objectivo com o blog é apenas escrever sobre futebol e partilhar ideias, nada mais! Não tenho tempo nem pachorra para estar a embelezá-lo! Ignorantes são todos aqueles que, sem quererem ver um palmo à frente, dizem sempre o mesmo, a mesma estupidez. Em termos de arbitragem este ano, nem vale a pena dizer nada, toda a gente sabe o clube mais beneficiado. Quando não olharem tanto para a incompetência dos árbitros mas sim para a vossa própria incompetência, talvez ganhem uma Taça Amizade ou mesmo o jogo de apresentação.

Sérgio de Oliveira disse...

Retrato fiel do jogo.
Subscrevo as apreciações feitas.



Um abraço

Ricky_cord disse...

O que conta é o resultado. Não adianta quem criou mais oportunidades ou quem jogou mais ao ataque.... e o Liverpool marcou mais