domingo, 1 de abril de 2007

LUZ AOS ARTISTAS...


Dia de clássico, dia especial para os amantes de futebol. Benfica-FC Porto, quer queiram ou não, o maior clássico do futebol português. A juntar a tudo o que sempre envolve um jogo desta natureza, há mais motivos de interesse.

Desde logo, a vantagem mínima de um ponto de que dispõe o FC Porto, líder do campeonato, sobre o seu rival da capital. Depois deste duelo de titãs, ficarão a faltar sete jornadas para o final da prova, as quais contemplam quatro jogos em casa e três fora para as duas equipas, entre eles os apetecíveis Benfica-Sporting e Boavista-FC Porto. Não vai ser decisivo, pois é minha convicção que a luta entre 'dragões' e 'águias' - o Sporting para mim já está arredado - persistirá até à última ronda. De todo o modo, se o FC Porto triunfar, como espero, ficará com 4 pontos de vantagem, que me parece susceptível de ser bem gerida daí em diante. Pelo contrário, um empate ou uma vitória encarnada deixarão o campeonato ao rubro, pois 1 ou 2 pontos é apenas a distância de uma escorregadela.

Depois, criou-se para este encontro uma espécie de confronto pessoal, puramente futebolístico como é óbvio, entre Simão e Quaresma, os dois jogadores mais destacados desta liga. Um confronto que, existindo já desde há largos meses a esta parte, ganhou nova dimensão com os recentes jogos da Selecção Nacional. Algum deles vai tirar um coelho da cartola e decidir o desafio? Um Quaresma inspirado era meio caminho andado...

Está também enfatizado o duelo ao nível do banco entre Fernando Santos e Jesualdo Ferreira. Ambos já estiveram do outro lado, Fernando Santos foi mesmo o engenheiro do penta azul e branco. Será muito curioso observar que estratégias irão adoptar, que comportamentos terão, que grau de ambição exibirão para tentar ganhar o jogo. Tem-se falado que um deles vai ficar em maus lençóis caso perca este clássico. Pessoalmente, não acredito nisso, tanto um como outro se manterão nos seus clubes na próxima temporada. Mas que jogos destes podem marcar carreiras, disso não há dúvida.

Para lá de tudo isto, mais dois grandes motivos de interesse: os regressos de Anderson e Rui Costa, após períodos de inactividade por lesão - mais longo o do portista. Se relativamente ao fantasista português, é quase certa a sua presença no banco, quanto a Anderson ainda subsiste a dúvida. Parece-me, no entanto, que o banco também será o destino do brasileiro, pois o seu ritmo competitivo ainda andará longe do ideal. Mas ambos serão lançados para o relvado com toda a certeza.

O modelo de jogo do Benfica será, como habitualmente desde que Fernando Santos assentou ideias, o 4-4-2 losango. Os onze eleitos talvez estes: Quim; Nélson, Anderson, David Luiz, Léo; Petit, Katsouranis, Karagounis, Simão; Miccoli e Nuno Gomes. Sem surpresas.

Já nos portistas as interrogações aumentam. 4-4-2 ou 4-3-3? Anderson, sim ou não? E outras mais. Se eu fosse o treinador jogaria em 4-4-2, para não ficar em inferioridade numérica no meio-campo, como aconteceu na primeira-parte contra o Sporting, no Dragão. E a equipa inicial seria: Vitor Baía; Bosingwa, Pepe, Bruno Alves, Fucile; Paulo Assunção, Raúl Meireles, Lucho González, Postiga (a 10); Quaresma e Adriano. Sei, todavia, que dificilmente serão estas as escolhas de Jesualdo. Numa opção polémica mas consciente, colocaria Baía porque Helton tem estado inseguro ultimamente e os interesses do colectivo estão primeiro. E Postiga a 'playmaker' porque, depois de Anderson, é o que me parece mais capaz de fazer a posição com êxito. Já me lembrei que Jesualdo talvez possa apresentar Marek Cech no meio-campo. Espero que não o faça, pois isso quererá dizer que está com receio do jogo e do adversário. E o que eu desejo é um FC Porto seguro, personalizado e sem medo de atacar.

O estádio vai estar cheio, o espectáculo vai começar, Luz aos artistas...

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